sexta-feira, 17 de junho de 2011

Educação com futuro

É preciso regressar à década de noventa do século passado, para encontrar uma reflexão sistémica aprofundada sobre a educação e encontrar frases como estas: a educação é uma utopia necessária ou esta outra colocar a educação ao longo de toda a vida no coração da sociedade.
Em vésperas de formação de novo governo e, ainda, em fase expectante, cabe apelar à nova governação para que não se deixe encandear com as luzes de um qualquer “austeritarismo” cego que apenas olha ao corte na despesa, esquecendo que o importante para bem decidir é uma análise rigorosa de custos e benefícios, tendo sempre por referência os objectivos a atingir.
No caso da educação, só uma miopia agravada pode deixar de lado a devida ponderação dos objectivos de uma educação de qualidade para todos, realizada com a motivação e a participação empenhada, cooperativa e responsável, por parte de todos os seus agentes.
Confesso que, no programa do partido que ganhou as últimas eleições, não encontrei grandes luzes sobre o futuro da educação no nosso País, mas confio em que, uma vez eleito, o governo que vier a formar-se tenha a sabedoria de começar por ouvir as vozes de docentes e não só que querem sinceramente uma melhor educação em Portugal, conhecem a situação concreta e têm propostas para a melhorar e preservar uma escola pública de qualidade.
Pelo que vou escutando, antecipo uma mini agenda de assuntos prioritários:
- reavalie-se a experiência dos agrupamentos e retirem-se daí as devidas conclusões, incluindo correcções nos casos mais gritantes e disfuncionais;
- suspenda-se de imediato o processo burocrático da avaliação de professores e corrijam-se injustiças já cometidas;
- elabore-se novo estatuto do aluno que promova a responsabilização e reforce a autoridade dos docentes e funcionários;
- repense-se o modelo de gestão, aproveitando da experiência havida;
- estude-se uma reforma curricular digna desse nome;
- eliminem-se as estruturas intermédias (direcções regionais) e outras da administração central que se apresentem desnecessárias;
- exija-se uma formação científica inicial dos professores que dê garantia de um ensino de qualidade e cuide-se da formação em serviço;
- proceda-se a uma auditoria urgente da parceria público-privada Parque escolar e retirem-se dela as devidas ilações.
Manuela Silva

Sem comentários:

Enviar um comentário